Professor da UNIP concede entrevista à Revista Meio Ambiente Industrial & Sustentabilidade

Professor integrante do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP) da UNIP, na área de concentração Sustentabilidade em Sistemas de Produção, Biagio Giannetti foi um dos três pesquisadores internacionais entrevistados pela Revista Meio Ambiente Industrial & Sustentabilidade (edição nº 134, set.-out. 2018). Os outros dois especialistas foram o professor Sérgio Ulgiati, da Universidade Parthenope de Nápoles, Itália, e o professor Gengyuan Liu, da Universidade Normal de Pequim, China.

A Revista Meio Ambiente Industrial & Sustentabilidade é um dos principais canais de comunicação para empresas e organizações que buscam melhorar suas atuações em prol da sustentabilidade, além de servir como base de pesquisa para profissionais e estudantes do setor industrial. Seu foco é apresentar soluções, tendências e perspectivas que supram a demanda de conteúdos técnico-informativos no universo ambiental e possibilitem a troca de experiências com os profissionais e empresários, contemplando em suas edições temas sobre resíduos, energia, remediação, economia verde, água e saneamento, reciclagem, tecnologias, green building, análises ambientais, normas e certificações, eventos do setor, entre outros.

A matéria Números que sustentam, para a qual Biagio Giannetti concedeu a entrevista, aborda o crescimento da utilização da contabilidade ambiental como subsídio nas tomadas de decisões empresariais orientadas para o bem-estar da sociedade. O professor defende que “há uma urgente mudança de pensar não somente no direito que as pessoas têm do uso do recurso natural, mas também de pensar nos outros seres vivos que fazem parte de um ecossistema. A contabilidade ambiental está a favor dessa ampliação da visão, não somente em serviços mas [também] do capital natural, considerando que devemos mantê-los.” Biagio ressalta ainda a importância da contabilidade ambiental, comparando o capital ambiental de uma empresa com uma floresta: “A floresta é um organismo vivo. Só para exemplificar, podemos considerar que em seu ambiente está contido um sistema que purifica a água, a qual serve às pessoas e todos os outros seres que compõem esse bioma, provando que sua ramificação é abrangente. Esse aspecto contribui para que a contabilidade ambiental também evolua, abraçando todos os demais componentes desse ecossistema e vantagens inerentes, e deixe de ser tão centrada no homem.”

Sobre a importância do capital ambiental nos processos de compra e venda de empresas, o professor afirma que “nesse cenário entram também as licenças ambientais, caso não tenham sido obtidas em determinado tempo, a contabilidade ambiental tradicional vai apurar e pode vir até a paralisar a atividade, dependendo do resultado alcançado no processo de levantamento dos dados contábeis.” E chama a atenção para a ampliação de novas fronteiras que envolvem o arcabouço da contabilidade ambiental: “Essa contabilidade interessa para a empresa e para o governo porque pode emitir externalidades, fatores que são importantes muitas vezes por gerarem benefícios ambientais para a comunidade. Se a empresa sabe valorar, fazer a contabilidade ambiental com esse viés, ela tem como argumentar para o administrador público que faz melhorias que ultrapassam seus muros e mostrar que pode receber isenções fiscais por promover ações que trazem ganhos difusos para toda a sociedade.”

Na parte final da entrevista, Biagio Giannetti pontua que “alguns países podem negociar seus capitais naturais, um exemplo é o Brasil com suas áreas verdes ricas em biodiversidade, que desenvolvem uma série de funções não somente para o aproveitamento de seus cidadãos, mas que [também] beneficiam outras partes do mundo. Isso pode ser discutido em encontros internacionais e proporcionar um diferencial para o Brasil, ao destacar que a nossa biodiversidade representa ganhos para a economia mundial.”